27 de jun. de 2011

Não ir embora

Uma definição não encontrada no dicionário: ‘Não ir embora’: Ato de confiança e amor, comumente decifrado pelas crianças”. 
Markus Zusak in A Menina que Roubava Livros .

22 de jun. de 2011

"Ela disse:
- Força e fé, repete comigo: dai-me força e dai-me fé, dai-me luz.

Eu pedi:
- Força e fé. Dai-me força, dai-me fé e dai-me luz."  C.F.A.

15 de jun. de 2011

Dois

Ele parou finalmente de correr, tropeçando no chão molhado pela chuva e caindo de joelhos. Cerrou os pulsos e fechou os olhos muito apertados. A chuva batia-lhe nas costas como uma punição por seus sentimentos errados e desvirtuosos. Tinha diante de si dois caminhos e o pensamento de que desde que ela existia em sua vida, o um não era mais suficiente. Queria ser dois. Porque dois é um número natural. E tudo que mais queria é que aquele sentimento, tão puro e forte, fosse visto como natural. E queria ser dois, porque a dualidade de todas as coisas é uma noção importante na maioria das culturas e religiões e na China, o número dois é um bom número porque diz um provérbio que todas as coisas boas vêm em pares. E dois é quase a explicação de tudo no mundo: bem e mal, convexo e côncavo, direita e esquerda, norte e sul, pai e filho, amor e ódio… E diz a lenda que o povo cantonês gosta do número dois porque a palavra que corresponde a esse número na sua língua soa parecida com a palavra relacionada à facilidade. E na música, díade é um acorde ou intervalo formado apenas por duas notas e a harmonia musical baseada nela é chamada de Harmonia Prematura, porque foi o primeiro tipo de harmonia a surgir no mundo. E dois sempre será, acima de tudo, a soma de um mais um. A soma mais simples e mais complexa de todo o universo. E enquanto pensava nisso, ele quase sorriu. Mas os dois sons descompassados e tristes de seu coração também sabiam que o número dois, apesar de tudo, é um número primo. O primeiro e o único que é par. E os números primos são sempre solitários, contendo apenas dois divisores: ele mesmo e o número um. Teve ímpetos de gritar, mas apenas cerrou com mais força os punhos, erguendo-se em certa resignação e continuando o caminho a passos lentos e em silêncio. Sabia que, assim como os números primos, era o destino de ambos viver sempre ao lado um do outro, sem jamais poderem se tocar.
Lyani }
Inspirado no Mangá Angel Sanctuary de Kaori Yuki


14 de jun. de 2011

Esquecer

A capacidade de esquecer é o que existe de mais precioso sobre a face da terra, sob as nossas faces. Amar é  mais magnânimo, mas não tão essencial quanto o esquecimento: é ele que nos mantém vivos. O amor torna a paisagem mais bonita, mas é o bálsamo curativo do esquecimento que nos faz ter vontade de abrir os olhos para vê-la.
A paixão empresta um sentido quase mítico aos dias, mas é esquecer da excruciante tristeza perante a morte dela que nos torna aptos para nos encantarmos novamente dali a pouco.
Já esqueci amores inesquecíveis e sobrevivi a paixões que, tinha convicção, me aniquilariam se terminassem. 
Às vezes cruzo na rua com fantasmas que já foram muito vivos na minha história e não deixo de sentir uma certa melancolia por perceber que aquele rosto um dia pleno de significado se tornou tão relevante quanto um outdoor de pasta de dente. 
Algumas pessoas são apagadas da memória como filmes desimportantes. Apenas esmaecem até desaparecer. Mas é mesmo impossível nos lembrar de todos os que passaram por nós: gente demais, espaço de menos. 
Da mesma forma que minha história está repleta de coadjuvantes e figurantes que, irrefletidamente, se auto-proclamavam protagonistas, eu devo ser a personagem cômica da história de alguém. 
Ninguém se esquiva da experiência constrangedora de bancar o bobo da corte no reino de outro.
Mas esse oco de significado não vem sem um certo pesar. É dolorido ser olvidado: não é fácil encarar que não somos insubstituíveis e que nossa saída displicente abre uma possibilidade de entrada tão desejada por outros. 
Mas só nos desenroscamos e seguimos nosso rumo natural, em frente, quando eliminamos alguns seres que, caso contrário, nos prenderiam aos emaranhantes aguapés de recordações.

Há pessoas que ficam doendo com a lembrança de outra pessoa, entra ano, sai ano, virando e revirando o caleidoscópio, olhando como caem e se dispõe as cores e os cristais do sofrimento” (Paulo Mendes Campos).

O passado deve ser mantido no lugar dele e não trazido nas costas feito mochila de viajante, lotado com os erros cometidos e alegrias jamais revividas. Para ser feliz é necessário pouca coisa além se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas. É útil também jamais perder de vista um detalhe, afixá-lo no espelho do banheiro, repetir como um mantra: absolutamente nada é pra sempre, nem sentimentos que parecem ser. Nunca mais haverá amor como aquele? Ótimo, porque o novo é tão imenso que seria um desperdício se algo se repetisse.

Todo mundo passa. E é bom que seja assim.





Texto de Ailin Al

12 de jun. de 2011

Acredito no tempo. O tempo é nosso amigo, nosso aliado, não o inimigo que traz as rugas e a morte. O tempo é que mostra o que realmente valeu a pena, o tempo nos ensina a esperar, o tempo apaga o efêmero e acaba com a dúvida. 

8 de jun. de 2011

G.A

Eu sempre disse que seria mais feliz sozinha.
Teria meu trabalho. Meus amigos.
Mas ter alguém na sua vida o tempo todo?
São mais problemas que o necessário.
(…)
Há um motivo pra eu dizer que seria mais feliz sozinha.
Não foi porque eu pensei que seria mais feliz sozinha.
Foi porque eu pensei que seu amasse alguém, e depois acabasse, talvez eu não conseguisse sobreviver.
É mais fácil ficar sozinha.
Porque, e se você descobrir que precisa de amor? E depois você não o tem?
E se você gostar? E depender dele?
E se você moldar sua vida em torno dele?
E então… ele acaba.
Você consegue sobreviver a essa dor?
Perder um amor é como perder um órgão.
É como morrer.
A única diferença é: a morte termina.
Isso… pode continuar pra sempre.


- Greys Anatomy 7×22
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2 de jun. de 2011

Já é Junho! oO

Oi, Junho! Mas… já?
Você chegou rápido de novo, seu apressado!
Junho, Junho… o que trazes pra mim? Uma alegria, dois ou três dias de prazer e paz? Por favor, diga que sim!
Menos sustos este mês, eu espero. Mais saúde, boas notícias, muitas iniciativas – e mais “acabativas” ainda – e se não for pedir demais, um bocadinho de dinheiro pra gente não passar outro mês no vermelho.
Ah, Junho… só de falar teu nome já me alivia! Quando você vem é sinal de que o seu amigo Julho está para chegar. E ainda que eu não seja aquela que adora fazer aniversário, sou aquela que acredita em inferno astral e no final dele, acima de tudo.
É você, Junho, quem vai levar ele daqui pra bem longe, por isso, não se alongue muito nos próximos dias. Não seja prolixo, demasiado cansativo, tampouco pedante ou irritante. Já que veio rápido, vá depressa, menino precoce!
Não confuda as coisas… você é muito bem quisto por aqui, só te peço que se comporte como rapaz direito. Seja ameno como o clima da estação de agora e não vá sem deixar saudades…
Roberta Simoni

1 de jun. de 2011

Namore uma garota que lê

"É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.
[...] Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas  garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo. [...] 
Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.[...]


Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que  pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe  monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.
Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve."

Namore uma garota que lê (De Rosemary Urquico. Tradução e Adaptação de Gabriela Ventura)